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Comunicadores e jornalistas no encontro (Rede de Proteção) |
No primeiro dia do encontro foi apresentada uma prévia sobre
um levantamento que está traçando o perfil dos mais de 100 integrantes que hoje
compõem a Rede. Os dados evidenciam a ampliação das atividades da articulação
no último período e demonstram desafios relacionados ao aumento da diversidade
entre o grupo.
O Encontro teve um momento dedicado ao debate sobre o
Estatuto da Rede, que revisitou algumas diretrizes de atuação, sendo: 1)
Objetivos gerais; 2) Valores; 3) Desenho institucional e composição; e 4)
Estratégias de atuação. Além dos ajustes sugeridos pelo grupo para tornar o
documento mais inclusivo e plural, foram sugeridas descrições dos tipos de
apoio oferecidos pela Rede Nacional de Proteção e sobre como uma pessoa ou
organização pode tornar-se integrante.
Na sequência houve um debate sobre conjuntura, no qual foram
relatadas experiências de pessoas jornalistas e comunicadoras em diversos
territórios de atuação. Desafios relacionados à superação de intimidação e
censura foram destacados nas falas e o
assédio judicial, não só por veiculação de matérias, mas por postagens em redes
sociais, foi um dos focos do debate, dado o aumento deste tipo de violência
contra pessoas jornalistas e comunicadoras nos últimos anos. A possibilidade de
levar ocorrências de ameaças e ataques à Justiça Federal foi debatida,
entendendo que poderia haver maior efetividade no combate dos casos.
A Rede encerrou o dia recebendo integrantes da atual gestão
do Governo Federal para dialogar sobre a liberdade de atuação de pessoas
jornalistas e comunicadoras no Brasil. Estiveram presentes Lazara Carvalho,
chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Justiça, órgão responsável pelo
Observatório Nacional de Violência contra Jornalistas e Comunicadores; e
Claudia Almeida Soares, representante do Programa de Proteção aos Defensores de
Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas, iniciativa vinculada ao
Ministério de Direitos Humanos.
No segundo dia de Encontro, participantes se dividiram em
Grupos de Trabalho (GTs) para debater,
com mais profundidade, os eixos de atuação da Rede e definição de diretrizes
para os próximos anos. Os GTs tiveram como temas: pesquisa e inovação;
formação; articulação e incidência; e proteção, além de um GT dedicado à
redação de uma carta de princípios da Rede. No final dos debates, relatores(as)
apresentaram as sistematizações..
Após discussão sobre as diretrizes, a carta de princípios
foi lida e comentada pelos participantes. A partir do documento ficou firmado
que a Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores está baseada na
defesa coletiva, irrestrita e inegociável de cinco pilares: 1) Defesa ao
direito à comunicação; 2) Defesa dos Direitos Humanos e da Terra; 3)
Solidariedade e Acolhimento; 4) Compromisso com respeito à diversidade; e 5)
Defesa da democracia.
O encontro foi encerrado com um momento cultural que contou
com leitura de poemas, apresentação e venda de livros e compartilhamento de
vivências propiciadas pela atuação em jornalismo e comunicação.